As redes sociais são nos dias que correm um tema muito popular. Para os utilizadores são o meio de se darem a conhecer, de conhecer outras pessoas, de partilhar tudo e mais alguma coisa. Para as empresas, pelo menos para aquelas que já começaram perceber o potencial deste novo meio de comunicação, é uma oportunidade de se mostrarem e acima de tudo comunicarem com os seus potenciais clientes.
Mas as redes sociais encerram muito mais que isso. As redes sociais são, no sentido antropológico, o campo de observação mais rico que se podia ter à mão. As pessoas que estão em qualquer uma das redes sociais, desde o facebook ao linkedin, disponibilizam e trocam informação de uma riqueza extraordinária. E a interacção que desenvolvem entre si disponibiliza sempre mais um pouco de informação sobre os intervenientes.
Focalizemos a nossa atenção no facebook, por exemplo. Esta que é a rede social mais frequentada (ocupa segundo o site Alexa o 2º lugar a nível global, apenas superado pelo Google) facilita a disponibilização de informação dos utilizadores suficiente para traçarmos um perfil individualizado de cada um deles. Desde as informações mais banais, como o sexo, idade, estado civil, etc, até informações sobre o estilo de vida, os sítios que frequentam, onde fazem férias, os livros que lêem, a música que ouvem... enfim, podíamos estar aqui muito tempo...
Este "banco de informações" representa muito daquilo que as pessoas são ou procuram ser (o que, para efeitos comportamentais, vai dar quase ao mesmo); representa como a sua "pegada virtual" (por analogia à pegada ecológica) de pessoas bem reais, deixando um rasto de informação que poderá ser precioso, se bem analisadao e interpretado.
E as informações geradas pela interacção entre os utilizadores é absolutamente extraordinária em riqueza de conteúdo. Repare que aquilo que antes das redes sociais poderiam ser conversas entre amigos, só acessível aos próprios, hoje está à disposição de quem quiser ver/ler. É de facto a revolução da interacção social com efeitos enormes na forma como podem ser observados.
É por isso que as redes sociais são um local privilegiado para observar os consumidores da forma mais natural possível e com ganhos de informação enormes. Assim que as empresas perceberem isto (e algumas já o fizeram), deixarão de fazer web analytics para fazer consumer analytics. E com vantagens acrescidas: o potencial consumidor está bem identificado (e individualizado), as infromações recolhidas são muito mais genuínas (seja o ego ou o alter-ego, a informação é muito mais verdadeira) e permite uma monitorização constante.
Outra consequência, a que voltaremos noutro post, é o fim dos estudos de mercado como os conhecemos (sim, eu sei, esta é polémica...). Claro que não se trata da extinção total, mas a relevância que hoje assumem vai certamente perder-se, pois as redes sociais permitem-nos um contacto directo com os hábitos, gostos e preferências das pessoas, mesmo sem ser necessário perguntar.lhes.
Aqui, nas redes sociais, a "consumer scene" é abismal e virtual...
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