Um estudo recente da Sophos revela dados alarmantes para a "facebooklândia": 60% dos participantes no estudo afirma já terem pensado abandonar a rede e 16% já chegou a vias de facto, cancelando a sua conta. O motivo para este aparente desagrado parece estar na forma como o Facebook trata os dados privados dos utilizadores, nomeadamente permitindo fugas de informação como a que terá acontecido recentemente (ver a notícia).
É este o paradoxo do Facebook. Por um lado, as pessoas expõem-se, proporcionando informação pessoal em quantidades como nunca tínhamos assistido; por outro reclamam direito à privacidade e insurgem-se quando os seus dados são acedidos por "indesejáveis". Paradoxal, ou talvez não. É que as pessoas, enquanto consumidoras, procuram algo que é, aparentemente, muito simples: CONTROLO. Controlo sobre a sua vida e as suas acções, sobre o quê e a quem disponibilizam os dados, sobre "amigar" e "desamigar".
E não se substime o "consumer power". O Facebook Protest, um movimento de utilizadores do Facebook indignado com a forma como a rede social trata as questões de privacidade, desafia os mais de 400 milhões de utilizadores a não utilizar o Facebook no próximo dia 6 de Junho. Não sabemos ainda a proporção e o impacto deste tipo de iniciativs. Contudo, esta situação vem chamar a atenção para dois aspectos com os quais podemos aprender:
1) O consumidor procura cada vez mais controlo sobre a situação de consumo e de interacção com as empresas e as marcas. Ignorar ou não ser sensível a esta necessidade pode ter duas consequências: afastamento ou insurgimento, como é o caso do Facebook Protest.
2) É um erro subestimar os movimentos de consumidores, ainda para mais quando são espontâneos e não organizados. Estes, ao contrário dos movimentos organizados ou institucionalizados, como a DECO e outros, são imprevisíveis não sendo fácil prever as consequências das suas iniciativas.
We consume, we have the power.
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